Conheça o Arthur e sua família!

Nome: Arthur Rafael Parabotchey
Mae: Lilian Aparecida Schade Parabotchey
Pai: Rafael Parabotchey
Data de Nascimento: 22/09/2010

Casamos em 13/12/2008. Desejamos ter um filho já cedo. Porém, já estávamos casados por dois anos quando descobri que o tão sonhado bebê chegaria. Foi uma gravidez tranquila e “normal”. Nove meses de muita expectativa. Um dia antes do Arthur nascer, após consulta com um médico, fomos encaminhados em caráter de urgência ao hospital pois minha pressão arterial estava alta demais. Mas chegando ao hospital já havia normalizado, inclusive passamos a noite em observação. Por conta disso, a cesariana ficou marcada para o dia seguinte: 22/09/2010.

Então o Arthur nasceu… Com 4,990 kg, forte e saudável. Seu apgar ao nascer foi nota 10. A ideia do nome foi da mãe e toda família gostou. É um nome de rei e seu significado é nobre e generoso. Como todo primeiro filho, foram bem difíceis os primeiros dias em casa. O Arthur não pegou o leite do peito. No hospital e em casa tomou leite de copinho e de seringa. Então nem pensar em se esforçar para mamar no peito. Insisti muito. Foram três meses insistindo… e nada… Acordava muitas vezes à noite. (Digo isso por que hoje posso comparar com o irmãozinho Davi, que já no hospital pegou o peito, mamava e dormia. A noite acordava só para mamar e já adormecia). Já o Arthur não. Eu ficava embalando por horas e de repente já era hora de mamar de novo e ele nem havia dormido ainda. Entre um embalo e outro sempre muitos beijos naquela bochecha fofa. Sempre… até hoje…

O Arthur até um aninho não nos incomodou com relação a doenças. No médico, somente era pesar e só elogios pois sempre foi muito grande. Com um aninho ele balbuciava bastante, falava algumas palavras, corria, chutava bola… Tudo normal… O tempo passou e nós com muita expectativa que a fala não desenvolvia. O Arthur gostava muito de brincar na areia e futebol. Ajudava nas tarefas de casa. Se alimentava sozinho. Somente a fala que realmente estava muito atrasada. Achamos que era normal, afinal palpites ouvimos de montão: “Ahh cada criança tem seu tempo”. Então na escolinha fomos chamados por que a professora chamava e o Arthur não atendia pelo nome, somente se ele via gestos. Então procuramos médicos na cidade e fomos orientados que estava tudo normal com o Arthur. Seguimos nosso caminho. No ano seguinte fomos novamente chamados pela professora com questionamentos, pois o Arthur não estava acompanhando o nível da turma, não fazia as atividades, não atendia pelo nome, caía muito. Ficamos novamente intrigados, mas teríamos que consultar especialistas.

Na época na cidade não havia neuropediatra. Procuramos então em Curitiba. Voltamos para casa desesperados (eu mais ainda) afinal ja estava grávida acidentalmente do maninho Davi. Ele foi duro em suas colocações. Afinal o Arthur estava realmente atrasado em seu desenvolvimento. O Doutor nos pediu uma serie de exames, nos quais somente constatou-se uma perda auditiva profunda. Até chegarmos a essa conclusão demorou. Correndo pra cá e pra lá fazendo exames. Enfim ficamos aliviados, afinal deveríamos somente correr atrás de um aparelho auditivo e muita fono. Foi o que fizemos. No mesmo dia do resultado do exame compramos o aparelho auditivo. E começaram as seções de fono. Aqui e em Joinville. No primeiro final de semana em casa foi emocionante quando o Arthur ouviu o cachorro latir. Procurava de onde vinha o som.

Tinha muita dificuldade de prestar atençao. Era muitissimo agitado. Na época já fazia terapia ocupacional. Entre uma terapia e outra, uma consulta com neuropediatra e outra, fomos aconselhados a ir para Blumenau consultar um especialista em comportamento e depois encaminhados para uma avaliação do centro municipal de atendimento ao autismo de São Bento do Sul. O resulado foi que além da perda auditiva, o Arthur tem também tinha um comportamento autista. Até achamos que estava tudo explicado. Seu regressão no deselvolvimento, etc. O que me levava a crer que eu tambem havia minha parcela de culpa, pois tive um aumento na pressão durante a gravidez e entre os exames foram descobertos uma pequena falta de oxigênio no cérebro.

Nesta fase o Arthur não nos ajudava mais nos afazeres de casa, algumas paravras que dizia não repetia mais: chamar a mãe, o pai, o cachorro, dizer tchau… não fazia mais. No meio de tudo isso nasceu o irmão Davi. Depois de um tempo o Arthur se acalmou. Agora está tranquilo. Mas com muita dificuldade motora e anda com bastante dificuldade.

Em outubro de 2017 fomos chamados para uma consulta com Geneticista em Florianópolis no Hospital Infantil Joana de Gusmão. Quando entrei no consultório a Dra. me disse que já sabia o que o Arthur tinha, mas que precisavam ser feitos exames para ter certeza. Que havia sim tratamento para melhorar a qualidade de vida dele. Fizemos a coleta três vezes, as quais foram encaminhada para Porto Alegre. Em janeiro de 2018 recebemos a resposta do exame. O Arthur é portador de uma doenca rara, degenerativa chamada mucopolissacaridose, MPS IIIA, ou Síndrome de Sanfilippo tipo A.

A Dra. havia dito que havia tratamento. Nos agarramos a essa esperança. Mas não. No caso do nosso Arthur não há. Pois existem sete tipos de MPS. Essa doença é uma falta de enzima no corpo que pode ser reposta pelo resto da vida para alguns tipos. No caso da enzima faltante no corpo do Arthur ainda não existe tratamento. Somente fisioterapias e terapias para mellhora da qualidade de vida. Novamente ficamos no chão. Muito triste a abalados com a notícia.

Nós ainda fazemos muitos questionamentos a nós mesmos, para os quais não temos respostas. Somente sabemos que nosso amor aumenta a cada dia mais pelo nosso rei que reina cada vez mais em nossas vida. Tem um sorriso encantador. Enche de alegria por onde anda. Contagia a todos com o brilho do seu olhar.

No meio dessa confusão toda nasceu outro reizinho. O Davi. Com significado de amado e muito ligado à família. Entre uma descobeta e outra numa conversa com meu sábio pai ele disse: “Agora entendi porque Deus enviou o Davi. Para ajudar o Arthur.” A mais pura verdade. O amor dos dois não se explica. O Arthur não perde o mano de vista. Aprende malandragens com ele, ri muito dele. O Davi se preocupa com ele, inclui ele em suas brincadeiras, e sempre faz questionamentos sobre o mano.

Somos felizes e temos somente a agradecer a Deus por colocar em nossas vidas pessoas tão especiais como nossos filhos. Agradecer também por que junto com a dificuldade nos trouxe somente pessoas boas e especiais amigos e familiares profissionais e médicos, etc. que seguem o caminho conosco nos ajudando e apoiando.

Álbum de fotos:

Conheça o Bernardo e sua família!

IMG_8625

Bernardo é um menino de 5 anos – alegre, ativo e sorridente – diagnosticado com Síndrome de Sanfilippo aos 3 anos e 9 meses. Desenvolveu-se normalmente nos seus primeiros anos de vida, aparentando ser uma criança saudável.

A partir da sua entrada na creche, com 1 ano, passou a ficar doente com uma frequência muito grande, maior do que as outras crianças da sua turma. Os problemas quase sempre estavam relacionados à parte respiratória. Com 2 anos de idade operou a adenóide, amígdalas e cornetos e, a partir de então, passou a adoecer pouco e a dormir muito melhor.

Por volta dos 3 anos de idade sua professora percebeu que ele não estava escutando bem e seu otorrinolaringologista constatou que havia secreção em seus ouvidos. Achávamos o desenvolvimento da sua fala atrasado em relação às demais crianças da sua idade, o que foi facilmente justificado por seu problema auditivo. Nessa mesma época Bernardo passou a ser uma criança mais agitada e desobediente e começamos a receber reclamações do seu comportamento com os coleguinhas da escola. Na época eu estava grávida e relacionamos seu mau comportamento a ciúmes com a proximidade do nascimento do irmão.

Após um ano de monitoramento da secreção no ouvido e sem mudanças no quadro, decidimos operá-lo e colocar tubos de ventilação. Havia passado um ano e meio desde a sua operação da adenóide, mas estávamos desconfiados que havia crescido novamente, pois sua respiração estava barulhenta e ofegante, com episódios de apnéias noturnas, exatamente como antes. O otorrino afirmava que não, que o problema era alérgico, mas antes da cirurgia decidimos consultar outro médico. O novo otorrino confirmou o aumento da adenóide, mas após tomar conhecimento do seu histórico de infeções respiratórias, examiná-lo cuidadosamente e nos questionar a respeito do tamanho da sua cabeça, hiperatividade e sua hérnia umbilical, sugeriu suspendermos a cirurgia do ouvido e consultarmos uma geneticista. Saímos do consultório sem saber ao certo o que estava acontecendo, apenas com um papel do encaminhamento para a geneticista onde escreveu: MPS (?).

Obviamente ao chegarmos em casa pesquisamos o que era MPS e ficamos em choque! Consultamos a geneticista e fizemos todos os exames. Após 30 longos dias de espera recebemos o resultado e o diagnóstico confirmando a suspeita do novo otorrino: Bernardo é portador de portador de MPS III, a Síndrome de Sanfilippo, subtipo C.

Bernardo sempre foi acompanhado regularmente por pediatra, pneumologista e otorrinolaringologista. Nenhum deles jamais desconfiou de nada. O novo otorrino juntou as informações do seu histórico, todos sintomas aparentemente comuns às crianças e “montou o quebra-cabeça”. Descobrimos assim, ao acaso, que os dias de vida do nosso filho estão contados.

Nossa única esperança de ajudar o Bernardo e demais crianças portadoras dessa síndrome tão terrível é ajudar a financiar pesquisas que estão sendo desenvolvidas ao redor do mundo na busca de um tratamento para desacelerar o avanço da doença ou até mesmo para encontrar a cura, através de terapia genética. Estamos na luta contra o relógio, mas não vamos desistir.

Álbum de fotos: